Internet, Ciberespaço, Alfabetização, Escola, Democracia, Imaginação e Conhecimento coletivos... bem, eu diria que essas foram as palavras chaves da nossa discussão sobre a entrevista com o filósofo Pierre Lévy.
A entrevista foi no programa Roda Viva da TVE, em 2000. Dela, e também do capítulo que lemos do livro do próprio entrevistado, pudemos discutir bastante.
A primeira questão foi sobre a colocação de Lévy sobre a Alfabetização. Nas entrelinhas de sua fala, ele disse saber ler e escrever é ponto de partida para se acessar Internet. Diante disso, é bom falar de “linguagem”. Na disciplina “Alfabetização” com a Prof Iara, falamos bastante sobre linguagem e os tipos de linguagem: teatrais, musicais, nas artes plásticas, fotográfica e etc.... então porque esquecer da ICONOGRÁFICA? Essa linguagem, a audiovisual, faz com que crianças não alfabetizadas dêem show em tecnologia. A tecnologia não precisa apenas ser utilizada por quem saber ler e escrever, mas, sim, auxiliar no processo de alfabetizar.
E o entrevistador que citou que seu filho passava 14 horas na internet e por conta disso, até sua forma de escrever havia mudando muito, estava mais curta, e cheia de gírias... Então, o vocabulário do garoto estaria sendo empobrecido? Não por causa da Internet. Por ser dinâmica, e muitas vezes, em tempo real de comunicação, as conversas entre as pessoas são escritas de forma diferente, até porque, não se tem como acompanhar a velocidade do pensamento digitando algo a alguém. Além do mais, mesmo que vc tenha tempo para escrever um e-mail a alguém, por exemplo, e mesmo assim faça uso dos “vc”, “tb” “pq” e etc.... é porque cada não é um documento que exija necessariamente formalidades. Um artigo, uma carta, um memorandum, entre outros, tudo isso é diferente de se estar conversando com alguém em um chat.
Assim, a linguagem não é estática. Vejamos o exemplo do “Vossa Mercê” ! Na época, nem existia internet quando se transformou em “você”!
Os alunos de hoje estão escrevendo mais. Antes faziam o uso do “copiar”, hoje, eles se comunicam, e para acompanhar a velocidade que isso acontece, é natural a criação de “siglas internética” entre si. Dizer que essas linguagens “matam” o português, significa não entender as dinâmicas da sociedade.
Discutindo, trocando idéias com outras pessoas, o aluno pode criar discernimento crítico sobre aquilo que se está falando. A escola diz que é necessário ser crítico, mas como isso é possível, se na maioria das vezes o professor expõe aquilo que está no programa o aluno só passa a ter aquela visão? Poder socializar com outras pessoas é a democratização eletrônica. É fazer parte do seu conhecimento. É estar dentro da rede que liga os colegas, os professores e o objeto de estudo. Qual é o papel do professor? Só mediar? Só Facilitar? Não. É mediar, facilitar, questionar, problematizar, mas também ser “animador da imaginação coletiva” (Lévy). Pois dessa forma, os alunos aprendem nas discussões entre eles, o professor vai dar “o gás” dessas discussões. Mas vai aprender junto com eles, pois ele não está a cima, mas juntamente com todos, discutindo e aprendendo. Por isso, não estamos dizendo que ele não é também mediador, facilitador e etc... mas ele não está unicamente fazendo um elo entre o sujeito e o objeto. Ele está engajado na teia, na rede que liga os saberes.
terça-feira, 13 de março de 2007
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