Falamos de vez em quando, e até sem perceber, em “realidade virtual”. Isso por que é algo que já está intrínseco em pequenas coisas e potencializado nas grandes... Quase tudo o que fazemos tem relação com tecnologia, e dela vem a virtualidade, e então nos deparamos que nossa realidade é muito virtual!!! Isso vem sendo tão debatido que em meio à minha pesquisa sobre o tema, encontrei artigos interessantes, e num deles continha o seguinte: “São possivelmente virtuais os nossos universos, realidades e comunidades; encontros, sexo e relacionamentos; empresas, amigos e animais de estimação; apenas para começar. Sendo um conceito de utilização tão ampla, seria natural que seu significado divergisse, para conter tal gama de categorias. Mas afinal, o que é o virtual? Muitas propostas e definições são apresentadas, por diversos autores, para tentar abarcar esta diversidade.” (SOUZA, s/d). O autor do artigo em que retirei este trecho baseou-se muito em Pierre Lévy, e na análise de virtualidade realizada pelo mesmo.
Mas então, o que é VIRTUAL???
E O Que Foi o Virtual?
Podemos ter como ponto de partida, o vocabulário da modernidade, que diz:
A palavra Virtual – que vem do latim medieval Virtuale ou Virtualis, tendo mantido seu radical no latim Virtus (que significa virtude, força, potência) – é apontada na língua portuguesa, entre outras definições, como:
O que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual
Que não existe como realidade, mas sim como potência ou faculdade
O que é suscetível de se realizar, potencial, possível
Que equivale a outro, podendo fazer as vezes deste, em virtude ou atividade
O que está predeterminado, e contêm todas as condições para sua realização
Na acepção anglo-saxônica, um apanhado de definições da palavra virtual a define como:
Algo que embora não exista estritamente, existe em efeito
Algo que é tão próximo da verdade que para a maioria dos propósitos, pode ser considerado como tal
Algo que existe em essência ou efeito, embora não seja formalmente reconhecido e admitido como tal
Algo cuja existência só pode ser inferida por uma evidência indireta
Essa definições nos fazem ter uma certa noção do que seja virtual, e para Pierre Lévy, que é um dos autores mais importantes na construção e estudo do significado do virtual, como seria:
“Levy desmistifica uma falsa oposição entre o real e o virtual. Virtual, deve ser considerado como algo que existe em potência; "complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução, a atualização.". (Levy, 1996, pág. 16)
Neste sentido, o virtual iria se opor ao real; “o movimento de atualização seria como a resolução constante do nó de tendências que constitui a virtualidade; a solução assumida a cada momento pelo que potencialmente a entidade pode ser; resolução do problema representado pela virtualidade.
“O real, por sua vez, assemelharia-se ao possível; este que "já está todo constituído, mas permanece no limbo. O possível se realizará sem que nada mude em sua determinação ou natureza. É um real fantasmático, latente. O possível é exatamente como o real, só lhe falta a existência" [Levy, 1996, pág. 16].“
Essa foi uma forma mais filosófica que encontrei para falar do virtual. Outra forma, sendo essa mais aplicada ao cotidiano, encontrei em outro artigo que diz ser realidade virtual da seguinte maneira:
“uma maneira simplificada como sendo a forma mais avançada de interface do usuário de computador até agora disponível. Com aplicação na maioria das áreas do conhecimento, senão em todas, e com um grande investimento das indústrias na produção de hardware, software e dispositivos de E/S especiais, a realidade virtual vem experimentando um desenvolvimento acelerado nos últimos anos e indicando perspectivas bastante promissoras para os diversos segmentos vinculados com a área.” (KINER, s/d)
Mas ele não se atém somente a este significado. Em um modo mais “refinado” de falar, menos técnico, Prof. Kirner diz que realidade virtual é um meio que a sociedade tem de poder visualizar, manipular e interagir com computadores de maior facilidade de manuseio, como os mais complexos.
Encontrei outras definições de realidade virtual neste último artigo; como a de uma técnica avançada de interface, onde o usuário pode realizar imersão, navegação e interação em um ambiente sintético tridimensional gerado por computador, utilizando canais multi-sensoriais.
Através dessa pesquisa, pude perceber que “realidade virtual”, na verdade, oferece um leque de oportunidades para discussão, e isso é o que pretendo fazer ao socializar minha pesquisa a outras dos grupos desta disciplina.
KINER, CLÁUDIO; Sistemas de realidade virtual, in: http://www.dc.ufscar.br/~grv/tutrv/tutrv.htm, s/d.
LÉVY, Pierre; O Que é o Virtual, (1996) São Paulo, Editora 34
SOUZA, RENATO; O que é, realmente, o virtual?, In: http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/artigos/renato.html, s/d.
sábado, 5 de maio de 2007
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2 comentários:
Olá Verônica, gostei da pesquisa.
Vc leu o livro de Lévy ou está utilizando a partir de outros autores?
Oi Verônica!!!
Adorei a vertente filosófica que ultilizou na sua pesquisa!!!
"O possível se realizará sem que nada mude em sua determinação ou natureza."- Essa afirmaçõa foi magnifica, me fez viajar muito além do contexto da pesquisa!!
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