terça-feira, 27 de março de 2007

Inteligência coletiva: Aprendizagem recíproca de todos.

Hoje tivemos uma aula muito boa. Não que as outras não tivessem sido, mas é que hoje, além das nossas colaborações para o coletivo, tivemos um esclarecimento amplo sobre Inclusão Digital. Acho que depois de hoje, começo a pensar criticamente sobre esse termo. No governo de FHC, no chamado Livro Verde do programa desse governo, em nenhum momento fala de “Inclusão Digital”. Esse termo surgiu depois, após estudos e críticas dos programas do governo. Pois no modelo de FHC se falava de “Alfabetização Digital”. Após se estudar a fundo o programa, pesquisadores perceberam que era um sistema que era uma alfabetização voltada para para a população e para ser de consumo. O que eles chamavam de “fluência digital” para quem estava em processo de pós-graduação, e esses poderiam fazer parte da produção. Com essa dinâmica surge o termo “Inclusão Digital” e que nesse contexto, Alfabetização Digital é conceituado de “habilidades técnicas de manuseio de máquinas digital”, então, voltando àquela questão de outra postagem minha, quando Lévy fala que é preciso estar Alfabetizado para manusear um micro, vemos que não. O indivíduo pode estar alfabetizado digitalmente e não ser letrado, enquanto que outra pessoa com diversas formações, pode estar analfabeta digitalmente.
A Inclusão surge da necessidade de se retirar os excluídos. A exclusão é um problema social, que por sua vez gera inquietação geral das pessoas, quando estão diante da degradação das estruturas da sociedade. Ou seja, temos medo da violência, do perigo nas ruas, trancamos nossas casas, não abrimos nossas portas à estranhos. O Governo então aparece para “ocupar” essas pessoas das ruas com atividades variadas. O governo faz cursos, projetos, e tudo isso ocupa as pessoas, não muda a situação. Isso faz com que eu ande mais segura na rua, mas não faz com que aquele excluído esteja sendo inserido em um processo de inclusão.
A saída está no próprio modelo hegemônico. Pois ele tem brechas. Devemos usar a tecnologia para que a sociedade se organizem prol de objetivos comuns. É preciso que se criem comunidades de aprendizagem (virtuais ou presenciais) para que se formem relações horizontais. Dessa forma, os membros das comunidades poderem promover trocas interativas, discutir, trocar informação, construir conhecimento, formar inteligência coletiva. As tecnologias digitais estão em todos os setores, nós somos organizados por elas, vivemos com elas. Elas trazem um volume de informação imenso, essas informações trazem conhecimento e do conhecimento, aprendizagem. Mas para que a sociedade possa chegar à aprendizagem não ao mero consumo do que é passado, precisa ser incluída, precisa se incluir. Inteligência coletiva: Aprendizagem recíproca de todos.

terça-feira, 20 de março de 2007

Software livre: uma questão de liberdade, não de preço.

Após a leitura do artigo “Inclusão digital e formação de professores” de autoria da Professora Bonilla e de ter fuçado bastante no Moodle, minha visão sobre Software se expandiu consideravelmente. Lá tem links de vídeos que estão no Youtube, então quem quiser assisti-los não precisa ter a senha do moodle, basta procurar no Youtube. No primeiro vídeo “Conhecimentos livres”, retiro a frase “a sociedade que quer se democratizar”... Do segundo “Encontro de conhecimentos livres de Recife”, a frase principal deu origem ao título da minha postagem de hoje, além disso, nele pude perceber que Software livre é uma colaboração através do espaço e do tempo, com autoria de pessoas que você nem conhece... essa é a essência da internet. No terceiro vídeo “Software Livre”, pude conhecer as 4 principais finalidades do SWL, que eu chamaria de as “quatro liberdades”... são elas: liberdade de uso para qualquer finalidade, liberdade de estudar o Software, Liberdade de alterar e melhorar o Software e liberdade de redistribuir as alterações feitas. Com essas finalidades, existe um maior engajamento de todos no processo da tecnologia. Diferente do Software Livre, o Proprietário é único detentor do Código Fonte de seu Sistema, fazendo com que compremos os pacotes prontos
Esses pacotes prontos estão em linguagem que só a máquina pode ler (a binária). Não nos é passado em linguagem que possamos estudar, modificar. E quando mudam, avançam, temos que comprá-los novamente, sempre. No proprietário, somos meros consumidores desses pacotes.
O Software Livre nos é passado em Código da Fonte, que possamos ler, decifrar, estudar, modificar.... desse código, passa-se pelo processo de compilação, vira linguagem binária e podemos utilizar nos computadores. Foi então que no quarto vídeo que assisti hoje “Software Livre-Evolução” Comecei a me questionar se o Linux não seria uma grande ameaça à Microsoft, por exemplo. sé... exemplo disso é a bolsa de valores... ela usa o Linux por ser muito mais seguro. Porque se é o S. Livre, as pessoas podem modificá-lo sempre para uma melhor segurança, enquanto que no proprietário, ficam submetidos à segurança da empresa que usa o Proprietário...
Na próxima terça-feira iremos discutir sobre Inclusão digital e formação de professores, mas gostaria de fazer um link com o que estou escrevendo hoje aqui. Os professores precisam ser capacitadoss não com esses “pacotes prontos”. Porque a mudança, é a única coisa de que temos certeza na vida, então se ele “aprende” o modelo pronto, comprado, amanhã ele irá se deparar com outra realidade, não saberá remanejar e se sentirá na situação de perpetuar o mesmo e antigo modelo pedagógico. Devidamente capacitado, o professor se sentirá mais íntimo do processo que estará fazendo parte e poderá refletir sobre a própria prática, desenvolvendo software educativos.

terça-feira, 13 de março de 2007

Conhecimento Coletivo...

Internet, Ciberespaço, Alfabetização, Escola, Democracia, Imaginação e Conhecimento coletivos... bem, eu diria que essas foram as palavras chaves da nossa discussão sobre a entrevista com o filósofo Pierre Lévy.

A entrevista foi no programa Roda Viva da TVE, em 2000. Dela, e também do capítulo que lemos do livro do próprio entrevistado, pudemos discutir bastante.

A primeira questão foi sobre a colocação de Lévy sobre a Alfabetização. Nas entrelinhas de sua fala, ele disse saber ler e escrever é ponto de partida para se acessar Internet. Diante disso, é bom falar de “linguagem”. Na disciplina “Alfabetização” com a Prof Iara, falamos bastante sobre linguagem e os tipos de linguagem: teatrais, musicais, nas artes plásticas, fotográfica e etc.... então porque esquecer da ICONOGRÁFICA? Essa linguagem, a audiovisual, faz com que crianças não alfabetizadas dêem show em tecnologia. A tecnologia não precisa apenas ser utilizada por quem saber ler e escrever, mas, sim, auxiliar no processo de alfabetizar.

E o entrevistador que citou que seu filho passava 14 horas na internet e por conta disso, até sua forma de escrever havia mudando muito, estava mais curta, e cheia de gírias... Então, o vocabulário do garoto estaria sendo empobrecido? Não por causa da Internet. Por ser dinâmica, e muitas vezes, em tempo real de comunicação, as conversas entre as pessoas são escritas de forma diferente, até porque, não se tem como acompanhar a velocidade do pensamento digitando algo a alguém. Além do mais, mesmo que vc tenha tempo para escrever um e-mail a alguém, por exemplo, e mesmo assim faça uso dos “vc”, “tb” “pq” e etc.... é porque cada não é um documento que exija necessariamente formalidades. Um artigo, uma carta, um memorandum, entre outros, tudo isso é diferente de se estar conversando com alguém em um chat.

Assim, a linguagem não é estática. Vejamos o exemplo do “Vossa Mercê” ! Na época, nem existia internet quando se transformou em “você”!

Os alunos de hoje estão escrevendo mais. Antes faziam o uso do “copiar”, hoje, eles se comunicam, e para acompanhar a velocidade que isso acontece, é natural a criação de “siglas internética” entre si. Dizer que essas linguagens “matam” o português, significa não entender as dinâmicas da sociedade.

Discutindo, trocando idéias com outras pessoas, o aluno pode criar discernimento crítico sobre aquilo que se está falando. A escola diz que é necessário ser crítico, mas como isso é possível, se na maioria das vezes o professor expõe aquilo que está no programa o aluno só passa a ter aquela visão? Poder socializar com outras pessoas é a democratização eletrônica. É fazer parte do seu conhecimento. É estar dentro da rede que liga os colegas, os professores e o objeto de estudo. Qual é o papel do professor? Só mediar? Só Facilitar? Não. É mediar, facilitar, questionar, problematizar, mas também ser “animador da imaginação coletiva” (Lévy). Pois dessa forma, os alunos aprendem nas discussões entre eles, o professor vai dar “o gás” dessas discussões. Mas vai aprender junto com eles, pois ele não está a cima, mas juntamente com todos, discutindo e aprendendo. Por isso, não estamos dizendo que ele não é também mediador, facilitador e etc... mas ele não está unicamente fazendo um elo entre o sujeito e o objeto. Ele está engajado na teia, na rede que liga os saberes.

terça-feira, 6 de março de 2007

Falando muito sobre Pós-Modernidade

Então... Será que existe mesmo a Pós-Modernidade, ou ainda estamos na Modernidade, só que com algumas evoluções.... já que temos ainda tantas características da Modernidade em nosso "jeito". Começo pelo fim. Essa foi a última reflexão feita por Bonilla após a turma de terça à tarde ter assistido dois vídeos ( um sobre Pós-Modernidade e outro Multiculturalismo e Globalização) e discutido sobre o texto escrito por ela - "A práxis Pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento no séc. XX" Nesta aula falamos sobre os conceitos de Pós-Modernidade. Estamos ou não nela? Falamos muito sobre identidade também... temos ou não uma identidade? Não, não temos uma identidade... temos IDENTIDADES.... Como vi no primeiro vídeo e fiquei intrigada, lá estava escrito "Nossa identidade é não ter identidade". E o que isso siginifica? Como discutimos em sala, é uma mudança na atitude de querer anular o outro, passar a sua cultura ao outro de forma a retirar a dele e implantá-la a sua no lugar. É parar com isso do "EU HEGEMÔNICO", tendo-se um só "EU" e fazer trocas entre cada "EU", pois se cada um mantém sua cultura, se permitindo conhecer e trocar com outra cultura, todos só tem a ganhar e não ficamos reféns de uma política Hegemônica que quer dominar todos, através de um único "tiro" : no 'EU HEGEMONIZADO'. Tudo hoje muda e acontece em decorrer das conexões. Vamos nos conectar sim, e vivemos em função dela! Mas não vamos deixar de dialogar, perder os laços com as pessoas, mesmo que estas estejam distantes. A tecnologia, os chips, os celulares são importantes sim, nossa... o quanto essas memórias anexas ao nosso corpo, nos auxiliam... Mas então... o que entra no nosso convívio e passa a fazer parte de nossa vida, passou a ser nossa CULTURA? Ou não passa de MERCADO? Multiculturalizar pode ter vários sentidos... Bonilla deu o exemplo do Jeans. Todo mundo usa de Jeans hoje e isso foi algo que o mercado nos forçou a usar, a nos fazer comprar. Qual o tecido semelhante ao Jeans, aqui no Brasil, que poderíamos "concorrer" em um processo globativo? Complicado.... E a Mc Donaldś? É uma marca. Você vai à lanchonete porque gosta daquela marca. Em qualquer lugar do mundo, você encontrará aquela marca.... e se você gosta do sanduíche, não fique com vergonha de comer, se for contra o capitalismo.... afinal, essa "marca" só tem lá mesmo.... Diferente, por exemplo se você quiser comer comida oriental. Aí sim, é outro tipo de troca de Culturas.... Comer um Hot Roll ou um Yakisoba, etc, é algo que nossa cultura já aceita e muito, apreciar.... assim como no Japão, por exemplo, há quem goste de feijoada.... é isso, não existe "A" identidade. O que existem são processos identitários (como disse Bonilla). E eu adorei esse termo não comum.... Pois significa que não existe UMA e que também não é ESTÁTICA, cada uma vai se transformando, com as trocas, e com o tempo.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Iniciando Blog


Sou Verônica, graduanda em Pedagogia pela UfBa, 5º Semestre. Gosto muito do meu curso e neste semestre, em especial, pelo fato de estar com as disciplinas "EJA" - Educação de Jovens e Adultos e Educação e Tecnologias Contemporâneas. Adoro ler, conhecer, interagir, principalmente sobre tudo que tem relação com Educação.